A minha filha mais velha traz a timidez no código genético, tal como o irmão. O que me parece, não será o caso da Laura... No entanto, são muitas as vezes em que me surpreende!
A última aconteceu no sábado. Depois da cerimónia de promessas do agrupamento de escuteiros ao qual a Mariana pertence seguimos todos (escuteiros, familiares e convidados) para um lanche muito ajantarado que encerrou esta festa.
Quando eu e o meu filho resolvemos voltar para casa e fomos procurar a nossa lobita encontramos a postura habitual; "vá lá mãe, não quero ir agora...", disse, como sempre, a minha filha. Mas... mas desta vez havia qualquer coisa diferente na recusa dela em acompanhar-nos.
Rapidamente me sugeriu que pedisse à mãe da Eva, da Erica e da Lia para ficar com elas na festa e lhe pedisse se fariam o favor de a deixar depois em casa.
Disse-lhe que não, acrescentando que se ela quisesse mesmo ficar com as amigas , teria que ser ela a falar com a mãe das meninas.
Para grande espanto meu ouvi um convicto: "está bem. eu falo". Nem queria acreditar!
Lá fomos ao encontro da mãe das amigas com quem a minha filha falou directamente e a quem pediu boleia para casa, vencendo assim a sua timidez. Ainda que não fossem demorar-se muito na festa e como a nossa casa fica a caminho, a Anabela aceitou o pedido da minha filha.
Despedi-me e na companhia do meu filho voltamos para casa. Tínhamos acabado de chegar quando ouvimos o sino. Abri a porta e vi a Mariana e a Anabela no portão. Fui ter com elas e aproveitei para dar mais umas beijocas às três meninas.
Quando foram embora fechamos o portão e atravessamos juntas o pátio. Percebi nessa altura a motivação que levou a minha filha a pedir aquela boleia; "Agora, os pais da Eva já sabem onde é a nossa casa, mãe. Já podem vir cá mais vezes!"
Ri e saboreei aquele momento enquanto fugíamos do frio que estava lá fora.
Sem comentários:
Enviar um comentário