24 de março de 2009

Nove problemas e uma recompensa



Ontem, quando fui buscar a minha filha a casa da Professora Leonor, onde ela fica depois da escola, recebi uma notícia que me deixou muito feliz.
Apesar do cansaço, a Mariana esforçou-se imenso e depois dos trabalhos de casa ainda resolveu nove problemas, de matemática. Estava de parabéns! Em particular, porque finalmente percebeu que consegue ter boas notas e que a matemática não é um monstro de mil cabeças.
Enquanto recebia estas informações e a recomendação, bem sublinhada, de que a Mariana merecia uma recompensa ouvia também elogios à forma carinhosa de ela ser e de estar. Quando ela desceu abracei-a e elogiei-lhe o esforço, que sei é grande.
No entanto, ontem, a novidade para a Mariana era o facto de já saber fazer pulseiras, com três cores. Eu, a Laura e o Manuel tivemos logo direito a uma cada um. "Falta fazer a do pai e, no fim uma para mim", comentou.

Pouco antes do pai chegar, entre banho, trocas de toalhas e os "passeios de barco" - que a Laura faz dentro da sua banheira, enquanto os manos tomam banho - ouvi uma das mais reconfortantes frases que uma mãe pode ouvir. No seguimento da minha observação pelo facto de ser eu a receber uma pulseira, quando era ela que tinha direito a uma recompensa, ela respondeu-me numa simplicidade que traz colada a si: "sabes mãe, eu não preciso de nenhuma recompensa. Já tenho o amor do meu pai e da minha mãe".

Calei. Continua muito forte, em mim, o eco daquelas palavras.
Até à hora de dormir eu e o pai revejamo-nos a segurar os dois fios de cada vez, "bem esticadinhos, para ficar bem!", sem nos cansarmos.

2 comentários:

  1. Nem imagina as saudades que tive do tempo em que os meus filhos eram pequenos e me diziam coisas semelhantes... Agora dizem outras - vão fazer 18 anos em Junho. São igualmente "queridos" mas esta espontaneidade é exclusiva da infância!

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  2. A Mariana é um raio de luz. O Haiti tb vai querer uma dessas pulseiras. Eu achei bonito ela deixar a pulseira dela para último... Boa, Mariana!

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