2 de julho de 2010

Filhas

Os últimos dias têm sido marcados pela companhia das minhas filhas. Cada uma à sua maneira despertam muitas emoções e vê-las crescer é, de facto, um enorme privilégio! Estes últimos dias ficaram marcados pela perda do meu telemóvel e depois da confusão e do desapontamento por me desorientar... depois disso, veio um contentamento... uma sensação interior de liberdade, por não me sentir dependente do telemóvel e, estando os miúdos de férias, mais se alonga essa sensação. Uma destas tardes fomos as três à praia e divertimo-nos imenso. Estar ali, em frente àquele imenso mar azul trouxe-nos uma grande paz, partilhada num silêncio nosso, feito de gestos, danças de mãos e também de momentos de oração aos quais a L. já se junta a mim, esticando bem os braços, imitando os meus movimentos, palavras e até expressões! Muito bom foi também perceber que a M. enfiou um livro na mochila e agarrou-se literalmente, mergulhando na leitura. Adoro ver este vício a propagar-se...

Num dia que ficou marcado por uma consulta que não chegou a acontecer (o meu médico anda adoentado) passei mesmo em frente a estas janelas. Fiquei radiante por olhar para elas e perceber que me lembrava, exactamente, do que significam para mim. Foi do lado de lá que a L. nasceu e foi ali que lhe pegamos ao colo. Pensar que, apesar de me ter esquecido de tantas coisas, há tantas outras e tão boas que não apaguei faz-me sentir feliz. E mais feliz ainda quando percebo a dimensão da proteção que tive de Deus durante tantos anos e em momentos de alto risco...

A vida está cheia de compensações boas e é nos dias de mais ansiedade que mais voltam à minha memória momentos bons. Sinto-me muito grata por isso.
Amanhã o meu filho vai representar uma peça de teatro constituída de improvisos com um grupo de amigos. Vai ser um grande espectáculo, e a roupa que escolheu para o seu fidalgo já está em cima da cadeira à espera do amanhã que será um dia em grande!

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