20 de setembro de 2008

o gato que é felizardo

Conheci um gato à pouco tempo que agora vejo quase diariamente. A primeira vez que o vi estava refastelado no sofá da sala. Observador, ficou a olhar-me todo o tempo que ali estive e apesar de desconfiado, como um gato deve ser, a curiosidade foi maior e lá se aproximou. Não tardou a mostrar que não queria ser confundido com um gato fofinho, aninhado na almofada, a emitir sons relaxantes. Não, e pelo sim pelo não afiou as garras e arranhou-me quando as minhas festas o cansaram. Ingrato, pensei eu.

Alguns dias depois voltei a cruzar-me com ele nas escadas do prédio. Fingi que não o vi e fui completamente ignorada por ele. Nem tentou utilizar o seu charme para que lhe abrisse a porta. Talvez soubesse que não resultava... olho por olho?! Não sei. Eu pensei apenas que era mais seguro não o deixar sair por causa dos carros... Continuei a vê-lo mas para o gato eu passei a ser mais uma das inúmeras pessoas com quem se cruza. Quanto a mim, passei a tê-lo como um dos alvos da minha curiosidade.

Ontem, divertiu-me e mostrou-me um lado muito positivo daquele prédio. Quando cheguei estava muito quieto, no telhado da entrada.
Que bom que aquele edifício tem um pouco de telhado onde ele, porque é gato, gosta de estar e onde eu adorei encontra-lo.
Porque os prédios, com as suas coberturas, já não têm lugar para gatos, este, em particular, é mesmo um felizardo. Ele e eu, que adoro vê-lo no telhado.

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