18 de setembro de 2008

Raízes


Tenho a sorte, entre tantas outras coisas, de ter encontrado o grande amor da minha vida e é com ele que partilho as minhas angústias, as minhas gargalhadas, mas também o meu lado mais escuro. Dos muitos presentes que já me ofereceu há um sempre me iluminou; as raízes. Por mais que adore flores (e ele adora), oferece sempre plantas, em vasos, com terra e raízes e nessas raízes oferece também mais tempo na vida dessas flores e a oportunidade de as ver crescer.

No dia em que nasceu a nossa filha mais nova fui eu que lhe ofereci uma flor. Uma flor delicada, bela e luminosa tal como me lembro de estar aquela manhã. E, assim, mais uma flor, cheia de raízes entrou cá para casa. Nunca outra planta esteve em flor durante tanto tempo e já lá vão nove meses e ela continua bela e delicada. No entanto, parece-me que tal como a nossa bebé que - pelo seu desenvolvimento normal - está a perder as defesas que trazia da barriga também esta flor se prepara para uma nova fase. Cruzo os dedos com muita força: espero que volte a florir!

1 comentário:

  1. "Quando a alma, ao termo de mil hesitações e desenganos, cravou as raízes para sempre num ideal de amor e de verdade, podem calcá-la e torturá-la, podem-na ferir e ensanguentar, que quanto mais a calcam, mais ela penetra no seio ardente que deseja."
    ( Abílio Manuel de Guerra Junqueiro )

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