13 de novembro de 2008

os meus filhos




Hoje, passavam poucos minutos das sete horas e eu já estava com os meus três filhos, sentados no tapete da bebé, a conversar. O primeiro olhar que trocamos misturava-se com os seus sorrisos lindos que me alegraram imediatamente. Ontem à noite sai - quando ainda não tinham terminado o jantar - para ir ao encontro de uma amiga que está a sofrer imenso com a perda da mãe. Abracei-a, e naquele abraço quis transmitir-lhe a certeza que tenho de que a sua mãe está junto a Deus neste momento e embora não tenha a capacidade para apagar aquela dor espero tê-la sossegado um pouco.




A caminho de casa, já muito tarde, agradecia a Deus a minha vida e pensava na sorte que tenho por ainda não ter passado por um momento destes. Tenho vivos o meu pai e as minhas mães (falarei delas um dia, são duas). Pensava também na dor destas despedidas entre pais e filhos.


Quando cheguei a casa os meus já dormiam mas, hoje de manhã, tive a certeza, que acordaram com vontade de me encontrar. Então, a nossa manhã, hoje, começou com tempo. Tempo para estarmos juntos, tempo antes de começarem as rotinas nos fazem acelerar, tempo para abraçar, beijar e tempo para eu, intimamente, agradecer a Deus este e todos os nossos amanheceres.


Lembrei-me então de um poema que adoro e que fala exactamente dos filhos. Já aqui citei uma parte, deixo agora o texto completo e peço a Deus que me ajude a ser tudo isto e muito mais para os meus filhos e que os proteja sempre.





Os Filhos

Os teus filhos não são teus filhos.
São os filhos e as filhas da Vida por si própria.
Vêm através de ti mas não de ti,
E embora estejam contigo, não te pertencem.

Podes dar-lhes o teu amor, mas não os teus pensamentos,
porque eles têm os seus próprios pensamentos.
Podes alojar-lhes os corpos mas não as almas,
porque as almas deles vivem na casa do amanhã, que tu
não podes visitar, nem em sonhos.

Podes lutar para ser como eles, mas não tentes fazê-los ser como tu.

Porque a vida não anda para trás nem espera pelo passado
Tu és o arco a partir do qual são disparados os teus filhos
cono setas vivas
O arqueiro vê o alvo no caminho do infinito, e arqueia-te
com a Sua força para que a Sua flecha
possa ir longe e veloz.

Deixa que o teu arquear às mãos do arqueiro seja de satisfação;
porque assim como Ele ama a seta que voa, ama também
o arco firme.

Khalil Gibran

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