6 de maio de 2009

Subir às árvores



Ver os miúdos subir às árvores é daquelas coisas que me deixa mesmo feliz. E ver que os meus filhos o fazem, com muita frequência, porque moramos aqui, nesta pequena aldeia cheia de ramos...

Deixar a cidade e mudar para aqui não foi fácil no início. Cortar o cordão com os recantos da Fnac ou da Bertrand... com as conversas, mais ou menos longas, que sempre tive com desconhecidos personagens, que só têm lugar numa grande cidade...

Depois de um tempo e de transformar alguns dos meus preconceitos em grandes lições de vida... hoje não sairia daqui por nada!

Pensava em tudo isto numa destas tardes de sábado, num passeio ao Jardim Botânico da Ajuda, um lugar habitado por sedutoras raízes e sombras tão protectoras quanto... fan-tas-ma-gó-ri-cas... (grrrrr, cá em casa adoramos brincar a pregar sustos...)

Era a 6ª edição da Festa da Primavera e havia imensas coisas para conhecer. Vim de lá cheia de ideias. Tiramos fotografias lindas e os meus filhos tiveram o privilégio de subir à árvore mais alta que alguma vez tinham subido!

Puderam ver o Tejo lá de cima... passear-se pelos ramos... dar a mão a pessoas que respeitaram, protegeram e souberam ter tempo para cada um.

Além dos meus filhos havia um grupo de crianças, que não arredou pé dali. Sentadas nas enormes raízes que se fizeram banco, espreguiçadeira e também plateia para quem assistia àquelas escaladas feitas de coragem e medo, aqueles miúdos esperavam, pacientemente, a oportunidade de repetir a aventura.
"Não me vou embora sem te levar lá acima outra vez" ouvi enquanto nos afastavamos, atraídos pelos sons de um quarteto de jazz, pelas cores lindas das orquídeas e por fim, pela voz de um apicultor (com um enorme dom de contador de histórias) que nos ensinou muitas, muitas coisas acerca de colónias de abelhas, do mel, das abelhas- rainhas, dos zangões e das princesas.

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