2 de outubro de 2009

Hoje estou mais que feliz


(barco imaginário feito apenas de folhas num oceano feito de folhas secas. Foi um presente lindo que ganhei um dia das mãos de uma menina linda e cuja imagem guardo até hoje)


Há dias assim... dias em que estamos muito mais que felizes. Hoje aconteceu comigo. Tinha a minha primeira consulta com o cirurgião que me operou e estava tão nervosa que desde ontem me cruzava com um cabide, onde umas calças, uma camisa e um casaco leve me perguntavam quando sairiam dali... também há peças de roupa que não gostam de tanto destaque!!!!
Mal o dia amanheceu, com o despertador a atrasar-se, fui ajudar os meus filhos nos preparativos para mais um dia de escola e ao perceber que afinal havia mesmo uma clara cúmplices entre os ponteiros do relógio e a minha ansiedade fiquei mais sossegada com o correr do tempo e lá fui tratar de mim.
Chegamos ao hospital, com o sol a mostrar-me um dia lindo, apesar do nevoeiro, muito mimado esta manhã, insistir em nos acompanhar.
Sem stress encontramos logo lugar para estacionar junto a uma linda palmeira, que ainda tinha bananas no seu cacho e não tivemos que esperar mais que quinze minutos para ouvir o meu nome na sala.
Entramos na sala e fomos atendidos de uma forma muito calma, tranquilizadora e um pouco assustadora... "Que perguntas tem para me fazer?" disse o médico o que me deixou logo mais tranquila. Uff, um médico a querer ouvir-nos não é muito raro.
A primeira coisa era saber que medicamentos podia deixar. E, para minha alegria, cumpriram-se as minhas expectativas, fiquei apenas com um.
Com o decorrer da conversa estivemos a ver imagens do meu cérebro e dos dois aneurismas que ainda lá estão. Combinamos os próximos exames, para perceber que tipo de operação me vão fazer e marcamos ainda mais uns testes para um estudo que está a ser desenvolvido pelo hospital para perceber porque acontecem casos destes e se conseguem identificar o gene que provoca estas "bolitas". Foi muito bom poder participar para que no futuro já haja mais informação.
A seguir vieram as informações duras. Percebi que se um aneurisma sangra um minuto ou mais provoca morte imediata... que apenas 20 por cento das pessoas sai de uma operação como a minha sem sequelas, ou seja "foi um das duas pessoas que num grupo de dez saiu sem sequelas..." foi duro ouvir esta frase, mas ao mesmo tempo senti-me completamente abençoada por Deus.
Também soube que já estão em curso os passos necessários para o tratamento dos dois aneurismas que ficaram comigo e foi bom, muito bom encontrar uma cara conhecida da unidade de cuidados intensivos que me viu na fase pior e que ficou contente por me encontrar ali, de pé, em grande recuperação.
Depois de tudo isto foi tempo de acomodar tanta informação, tempo de iniciar a minha actividade física, prescrita pelo médico, e de agradecer tanto a Deus a oportunidade de estar a sair daquele hospital na companhia do meu marido, que sempre esteve junto a mim, a andar e sem sequelas depois de uma "viagem" tão perigosa. Continuo a confiar os meus dias ao Senhor pois sei que Ele está sempre comigo.

(Sexta-feira, 2 de Outubro, 2009)

1 comentário:

  1. Que bom que a tua grande recuperação está aí para se ver e viver.
    A redução de medicação é também uma óptima notícia e aguardamos com o maior dos optimismos a recuperação plena.
    Um grande beijinho.

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