(barco imaginário feito apenas de folhas num oceano feito de folhas secas. Foi um presente lindo que ganhei um dia das mãos de uma menina linda e cuja imagem guardo até hoje)
Há dias assim... dias em que estamos muito mais que felizes. Hoje aconteceu comigo. Tinha a minha primeira consulta com o cirurgião que me operou e estava tão nervosa que desde ontem me cruzava com um cabide, onde umas calças, uma camisa e um casaco leve me perguntavam quando sairiam dali... também há peças de roupa que não gostam de tanto destaque!!!!
Mal o dia amanheceu, com o despertador a atrasar-se, fui ajudar os meus filhos nos preparativos para mais um dia de escola e ao perceber que afinal havia mesmo uma clara cúmplices entre os ponteiros do relógio e a minha ansiedade fiquei mais sossegada com o correr do tempo e lá fui tratar de mim.
Chegamos ao hospital, com o sol a mostrar-me um dia lindo, apesar do nevoeiro, muito mimado esta manhã, insistir em nos acompanhar.
Sem stress encontramos logo lugar para estacionar junto a uma linda palmeira, que ainda tinha bananas no seu cacho e não tivemos que esperar mais que quinze minutos para ouvir o meu nome na sala.
Entramos na sala e fomos atendidos de uma forma muito calma, tranquilizadora e um pouco assustadora... "Que perguntas tem para me fazer?" disse o médico o que me deixou logo mais tranquila. Uff, um médico a querer ouvir-nos não é muito raro.
A primeira coisa era saber que medicamentos podia deixar. E, para minha alegria, cumpriram-se as minhas expectativas, fiquei apenas com um.
Com o decorrer da conversa estivemos a ver imagens do meu cérebro e dos dois aneurismas que ainda lá estão. Combinamos os próximos exames, para perceber que tipo de operação me vão fazer e marcamos ainda mais uns testes para um estudo que está a ser desenvolvido pelo hospital para perceber porque acontecem casos destes e se conseguem identificar o gene que provoca estas "bolitas". Foi muito bom poder participar para que no futuro já haja mais informação.
A seguir vieram as informações duras. Percebi que se um aneurisma sangra um minuto ou mais provoca morte imediata... que apenas 20 por cento das pessoas sai de uma operação como a minha sem sequelas, ou seja "foi um das duas pessoas que num grupo de dez saiu sem sequelas..." foi duro ouvir esta frase, mas ao mesmo tempo senti-me completamente abençoada por Deus.
Também soube que já estão em curso os passos necessários para o tratamento dos dois aneurismas que ficaram comigo e foi bom, muito bom encontrar uma cara conhecida da unidade de cuidados intensivos que me viu na fase pior e que ficou contente por me encontrar ali, de pé, em grande recuperação.
Depois de tudo isto foi tempo de acomodar tanta informação, tempo de iniciar a minha actividade física, prescrita pelo médico, e de agradecer tanto a Deus a oportunidade de estar a sair daquele hospital na companhia do meu marido, que sempre esteve junto a mim, a andar e sem sequelas depois de uma "viagem" tão perigosa. Continuo a confiar os meus dias ao Senhor pois sei que Ele está sempre comigo.
(Sexta-feira, 2 de Outubro, 2009)
Que bom que a tua grande recuperação está aí para se ver e viver.
ResponderEliminarA redução de medicação é também uma óptima notícia e aguardamos com o maior dos optimismos a recuperação plena.
Um grande beijinho.