Hoje é o Dia dos Idosos e eu que conheço bem o grupo que passa os dias no centro de dia da minha freguesia comecei o dia a pensar neles e nas saudades que tenho de estarmos juntos. Sinto a falta deles e das histórias que me ensinam. E fico triste quando ouço algum deles dizer que se sente "um fardo". Contesto imediatamente e lembro-lhes o conhecimento, as experiências e a vida que têm para me transmitir. Entendo a dureza que foi para alguns deles chegar até aqui e nem imagino o sofrimento que a solidão tantas vezes lhes provoca... em especial quando são "entregues" pela família aos cuidados do centro de dia e aos afectos que apenas recebem dos funcionários... entristece-me uma sociedade onde algumas crianças têm medo dos idosos e nem se aproximam porque esta é uma fase da vida à qual nunca lhes foi permitido aproximarem-se... e penso em mim que, se Deus me ajudar, quero muito chegar à velhice e conseguir fazê-lo de forma serena... sem que tenham medo ou sintam repugnância pelo que sou. Porque penso que um dia podemos todos ser milionários de experiência quero registar o meu amor pelos meus velhos e a sorte que tenho em aprender tantas coisas com eles.
Hoje, em vez de lhes oferecer uma flor, foram eles que me mandaram um bouquet de rosas lindo e um postal com versos. Fiquei tão, tão feliz... Estou ansiosa por voltar a estar com os meus velhos. Muito Obrigada.
Este é o nosso "rouxinol". Com ele aprendi muitas das cantigas que, em jovem, cantava quando passava os dias, sózinho, pelos montes a pastorear. Canta em português e em espanhol mas o que mais me encanta... é ganhar-lhe este sorriso!
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