11 de maio de 2010

Boas vindas ao Papa Bento XVI


Hoje decidi sair de casa (em pézinhos de veludo), sem ninguém suspeitar e fui ao encontro do Papa Bento XVI. Fui juntar-me às pessoas que o esperavam, na rotunda de entrecampos, para o saudar e lhe desejar um bom dia. Que seja bem vindo!
Acordei e já a tinha fisgada. Confesso que sentia um pouco de medo mas... à medida que percebi que iria conseguir e com a minha confiança a elevar-se, pequei na máquina (gosto de fotografar a alegria das pessoas) e pus-me a caminho, nos transportes públicos. Há que tempos não andava de transportes! Preveni-me com alguns medicamentos, para uma urgência, e acompanhada por Jesus consegui chegar lá e juntar-me a esta "equipa" que se formava na rotunda de entrecampos.

estava uma manhã luminosa e, enquanto esperavamos, ouvi uma senhora falar de presença de Jesus na sua vida e da dor que sofre por já ter visto partir os seus dois filhos. Percebi, uma vez mais, a enorme graça que tenho por estar aqui. Não lhe falei de mim, nem sequer ficamos a conhecer o nome uma da outra mas depois de a ouvir abracei-a. Talvez a sua missão seja servir de exemplo, dise-lhe eu quase sem palavras ao que ela me respondeu, antes de nos despedirmos, através de uma frase marcante: "sabe, menina, estou aqui porque Deus nunca desistiu de mim."
No meio de tanta gente, de tanta música, de tantos risos... este encontro, esta partilha, esta generosidade deixou-me a pensar em mim e no quanto sou privilegiada. E disso não tenho dúvidas.

Depois do Papa passar à nossa frente, de sentir a sua bênção voltei para casa. Ainda tive que parar, que esperar, que me sentar. E, acabei por me rir sózinha. Conheço tão bem aquela praça e não conseguia perceber onde era a entrada para o metro! Mas não me atrapalhei e fui comprar um jornal, sempre disfarçava a minha desorientação. Finalmente vi o símbolo da entrada do metro. Já era início da tarde quando cheguei a casa. Cheguei bem e em segurança. E com tempo para me praparar para os sermões que vou ouvir do meu marido e dos meus filhos quando souberem desta minha aventura. Mas, o que sabe mesmo bem, é esta alegria de ter ido ao encontro do Papa, ainda que por breves instantes. O que eu queria mesmo era estar às seis da tarde na Praça do Comércio... mas, mas isso já sei que não pode ser. Entendo-me!

e como não posso estar presente na missa, assistirei pela televisão, juntando-me aos doentes que estão nos hospitais, em casa... aos mais velhos que não conseguem ir... pois sei que hoje seremos muitos a rezar juntos.

não fotografei o Papa. Não foi isso que me levou lá. O que eu queria mesmo era olhar para Bento XVI, representante de Pedro, discípulo de Jesus. Esta última foto foi acidental... quando descarreguei as imagens para o computador é que a vi. São as mãos das pessoas que estavam mesmo à minha frente... o veículo que transportava o Papa aparece no canto da imagem.
Hoje reflecti e aprendi várias coisas. Sobre mim pois conheci-me um pouco mais, sobre pormenores e alegrias de outras vidas... E, vim de lá muito alegre e confiante. Agora... agora fico a aguardar os sermões que me estão destinados! Talvez não sejam muito ruidosos e se compadeçam com o meu cansaço um pouco maior hoje. A verdade é que os vou ouvir porque tenho a graça de ter pessoas que me amam tanto e se preocupam comigo. Fico confiante que o Espírito Santo intercederá por mim...

3 comentários:

  1. Obrigada pela partilha tão especial Isabel, mas foi um bocadinho arriscado, não?
    Continuação de uma rápida recuperação.
    E já agora felicitações de uma família portista para uma família de benfiquistas.
    mafalda

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  2. Querida Isabelinha,
    não convém abusar da tua Via Verde pessoal e intransmissível para o Espírito Santo.
    ELE ajuda-te, desde que TU também faças a tua parte, não será ??

    ....... àparte este reparo, confesso que o meu lado irreverente e temerário exultou com a tua "aventura" :)

    Uma vez mais, inclino-me perante a tua FÉ inabalável.

    Obrigada por seres como és, Amiga.
    Um beijinho
    gi

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  3. Mas fizeste bem. Com calma, com tempo e estes imprevistos recompensam depois na alma.

    Mas vai devagarinho...

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